A influência da taxa de câmbio e da taxa de juros sobre as exportações brasileiras: um estudo comparativo entre os diferentes regimes cambiais pós Plano Real

Autores

  • Marcos Wagner da Fonseca Universidade Federal do Paraná
  • Morgana Carolina Zwirtes Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Palavras-chave:

Taxa de Câmbio. Taxa de Juros. Exportações. Regimes Cambiais

Resumo

O presente estudo tem por objetivo analisar a influência da taxa de câmbio e da taxa de juros sobre as exportações brasileiras, com base nos regimes cambiais adotados pelo Brasil após o Plano Real. Iniciou-se com uma breve revisão de literatura sobre o tema. Na sequência, partiu-se para a pesquisa empírica com a estimação de modelos econométricos com séries temporais, especialmente utilizando o método de Vetores Autorregressivos (VAR). Houve a estimação de quatro modelos VAR. As variáveis consideradas para as exportações foram as seguintes: exportações totais, bens básicos, bens manufaturados e bens semimanufaturados. As demais variáveis que completaram os modelos foram: Produto Interno Bruto (PIB) mensal, taxa de câmbio real, taxa Selic do Banco Central, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) com a aplicação do teste de função de resposta a impulso (FRI). No primeiro período da análise, registra-se um impulso de 17,78% da tax  de câmbio e 14,07% da taxa de juros. Com esse choque, as alterações observadas foram relativamente pequenas, ou seja, devido à instabilidade das variáveis macroeconômicas, os resultados obtidos não foram os esperados. Já no segundo período, observa-se um impulso de 29,33% na taxa de câmbio e de 3,69% na taxa de juros, em que os resultados são mais ajustados que os primeiros. Quanto à decomposição da variância, tem-se que as exportações brasileiras, além de serem formadas por elas mesmas, pelo câmbio e pela Selic, possuem grande influência do PIB na sua determinação. Destaca-se que as exportações são pouco influenciadas no que tange às variáveis taxa de câmbio e taxa de juros, mas ainda o PIB é o grande determinante exógeno de todas as variáveis analisadas. Por fim, o teste de causalidade de Granger estabeleceu, no primeiro período da análise, que apenas as exportações não são causadas pelo PIB, com um nível de significância de 10%, evidenciando novamente a instabilidade das variáveis. Já no segundo período,    exportações são causadas pelo PIB, a um nível de significância de até 5% para todas as hipóteses. Portando, a análise efetuada neste trabalho demonstrou que as exportações brasileiras são influenciadas pela taxa de juros e pela taxa de câmbio. Contudo, as variações do PIB é que explicam melhor o comportamento da variação nas exportações. Ainda, o período mais recente apresenta os melhores resultados na análise empírica, principalmente pela estabilidade mais consistente e duradoura, que provoca menor oscilação nos dados. Percebe-se que as exportações não estão no foco da política econômica do governo e seguem uma trajetória aleatória, ditada pelas ondas de crescimento por que passa a economia brasileira recentemente.

Biografia do Autor

Marcos Wagner da Fonseca, Universidade Federal do Paraná

Doutor em Desenvolvimento Econômico (UFPR). Professor do Departamento de Administração Geral e Aplicada da UFPR.

Morgana Carolina Zwirtes, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Graduada em Ciências Econômicas (UNIOSTE, campus Cascavel).

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Publicado

2016-09-06

Como Citar

Fonseca, M. W. da, & Zwirtes, M. C. (2016). A influência da taxa de câmbio e da taxa de juros sobre as exportações brasileiras: um estudo comparativo entre os diferentes regimes cambiais pós Plano Real. Revista Da FAE, 16(2), 38–53. Recuperado de https://revistafae.fae.edu/revistafae/article/view/137

Edição

Seção

Artigos